Meu primeiro post de 2012 é uma indignação perante algo que vem me incomodando com certa frequência e que, hoje, atingiu seu ápice.
Não tenho know-how para tratar do assunto como um futuro gestor de políticas públicas, mas, venho dar a minha singela opinião, um pouco leiga, sobre o assunto, já que namoro alguém que conhece muito mais que eu que fala disso com certa facilidade e já me ensinou muito sobre, inclusive.
Tomada da cracolândia por PMs está sendo um tanto quanto exagerada, tá ok, há mesmo a necessidade de se fazer algo, há mesmo a necessidade de retirar aquelas pessoas de lá e de trazer segurança para a pop que vive naquela região. Mas não há necessidade de tamanha violência, as pessoas que estão lá, a maioria delas, são drogados que mais precisam de ajuda do que tapas, são marginalizados que "sujam" as ruas "kassabianas" devido às imposições feitas pela sociedade que elas simplesmente não dão conta de aceitar, inúmeros são os motivos pelos quais aqueles entraram nesse caminho, que tem volta. O que não dá é policial achar que só porque está drogado o cara merece violência, repressão. Eles são seres humanos, como qualquer outro, e precisam de mais ajuda que muitos bandidos de terno que enfestam a capital deste país, que são tratados à pão-de-ló (se pegos).
Eles merecem respeito! Por mais que não respeitem a sociedade em que vivem (mais por motivos químicos que violentos), não é batendo, prendendo e expulsando-os dessa forma que essa sociedade do crack, que toma as ruas paulistanas durante as noites vai acabar.
Ressalvo, eles precisam de ajuda, não de violência, não de internação feita à força, não de ser vítima da higienização urbana, são seres humanos, e mesmo que fossem cachorros, não merecem ser tratados com tamanha violência!
A mídia mostra hoje, 04/01/2012 a tomada da cracolândia, mas, quantos desses marginalizados já não foram mortos nas noites paulistanas durante as rondas da polícia? Quantos não foram parar em locais que podem ser comparados à Perus? Quantos parentes não esperam por notícias de seus pais, filhos, netos que se perderam nesse mundo?
Será que o Estado não percebe a quebra dos Direitos Humanos nessas ações punitivas contra seres que estão lá devido ao próprio Estado ter, alguma vez, falhado com eles?
Tantas são as perguntas, e quanto mais perguntas, mais indignado fico, afinal, é mais fácil o Estado calar a boca e jogá-los em "Perús" que simplesmente ajudá-los a sair e a encontrar o caminho de volta para casa.