domingo, 25 de novembro de 2012

Travesseiro.


O silêncio angustia as tardes frias e as noites gélidas, tremidas, com um coração que arde por um amor que não é vivido, que arde por saudade e que derrama lágrimas salgadas que me fazem companhia com lembranças memoráveis de uma reciprocidade que se distancia a cada dia que passa, o que dói é sentir que as barreiras vão ficando maiores e as lembranças memoráveis trazem aquela falta, aquela vontade de reviver todos os bons momentos pois o peito ainda bate, o sentimento existe, firme, forte, a vontade de ficar junto é imensa, a certeza de mudanças também... Minha mãe, avó, tios, sempre me ensinaram a não desistir de nada, a lutar, a ir atrás pois enquanto há amor, enquanto este for incondicional, as esperanças e as vontades sempre existirão. Nada é incogitável, tudo é possível, amor se constrói... O meu está aqui e eu não quero que ele desmorone... Quero vivê-lo, quero ser recíproco, quero você...

O silêncio diz muitas coisas, espero que o meu silêncio tenha lhe dito coisas que eu nunca fui capaz de dizer, espero que este tenha mostrado que ainda há felicidade para vivermos juntos... Que eu posso sim ser merecedor do sentimento que bate em seu peito, que eu posso ser merecedor de estar ao seu lado, sempre, para sempre..

Raiva, frustração, rancor não são bons conselheiros... O incogitável está na raiva, na angústia, no rancor... Isso em mim não existe, o que existe é amor...


Eu simplesmente amo você...

E por te amar tanto... Luto, não desisto, tento... Posso tentar uma, duas, mil vezes, mas, tentei, por que um amor assim, incondicional como é, é único e não tentar seria desistir.. E desistir é algo que eu não pretendo fazer... Por isso me calei...

E sabe o que mais? Eu trocaria tudo, TUDO, por mais um segundo ao seu lado...

"Todo mundo tem suas carências, todo mundo é humano, todo mundo sente. Uns sentem mais, outros menos, alguns quase nada, mas sentem. Podem adorar serem livres de noite na balada, no barzinho com os amigos, mas, pelo menos antes de dormir, ser livre, pesa.". - T. B.


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Não sei.

Wilde caracterizava a incerteza entre as brumas como a coisa mais fascinante da vida. Não sei, provavelmente pela característica-mor dele de gostar do sofrimento, de abraçar a dor como algo que o fizesse tornar uma pessoa mais racional... De fato Wilde foi um sofredor na vida, sofreu por preconceitos, sofreu por questionamentos, sofreu por ser um homem à frente da sociedade do início do século XX que pregava os bons costumes que era avesso a tudo aquilo que ele pregava pela vida.

Tenho me inspirado em uma frase dele, que me toca de modo magnifico, mas, que nunca revelei por estar escondida em um dos seus contos que sempre estão cheios de lições, pois, como ele mesmo disse, conselhos são bons para repassá-los pois não nos servem para mais nada, uma lição aprendida deve ser ensinada, nada mais resta para nós a não ser passá-la para outros, essa frase que relevarei destaca o maior medo daqueles que são tocados pelo amor incondicional, que tem a sorte de encontrar-se com Ágape e desvendar os mistérios do amor:



"Se o deixar partir, morrerá. E a morte do coração é a morte mais horrível que existe". 

Oscar Wilde.

A morte do coração ditada por Wilde é aquela que se prolonga, que dói, que você vive, vive o rasgar do sentimento, é uma morte na vida, é soltar-se de Ágape, é deixar de lado o amor incondicional, é sofrer.

Ele sempre fora um romântico de modo pleno, às vezes se indignava com algumas coisas e escrevia suas mágoas, um humano, como todos, mas, sempre amou, e para ele deixar aquele que se ama partir é entregar-se a uma tristeza que dói, por que ao contrário da morte em si, a morte do coração é vivida, é sentida, é sofrida, é angustiante...

Pessoalmente também penso que a morte do coração, o que modernamente poderíamos chamar por término de um relacionamento cujo pilar seja o amor incondicional, é deixar com que tudo que foi construído desmorone encima da sua cabeça, faça com que todas as lembranças que te traziam sorrisos agora tragam lágrimas de saudade, sem dúvidas a morte do coração é a pior de todas... Digo isso por que sinto, digo isso por que só eu sei o que sinto ao deitar a minha cabeça no travesseiro à noite e sentir minha alma gritar, meu coração chorar, meu corpo implorar para estar com você outra vez...






sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Escrevendo

Passei a tarde toda resolvendo coisas da iniciação científica, colocando leituras em dia e acalentando o peito que vive um momento complicado.
Acho que a vida nos traz momentos assim para que aprendamos a lidar com sofrimentos às vezes até desnecessários, é nesse momento em que evoluímos, crescemos, aprendemos e melhoramos como seres humanos.
Olho para os lados e vejo que meus problemas são tão pequenos em relação ao problema dos outros, e não que isso não seja motivo pra eu deitar a cabeça no meu travesseiro à noite e sentir o peso da tristeza chegar, não que eu seja egoísta a ponto também de somente olhar o meu universo e sentir somente a minha dor, mas, como ser humano, algumas horas do meu dia são dedicadas ao livre exercício da dor, da dor de não estar com quem se ama, da dor de sentir que se está perdendo aquilo que tanto se quis durante os vinte e um verões que já se passaram... Não que a minha tristeza, a minha dor seja maior que a dor dos outros, mas ela é minha, e é ela que eu tenho que enfrentar todos os dias quando o sol de põe e deixa o vazio, a solidão, a tristeza serem iluminados pelas estrelas, e pela lua cheia dos amores impossíveis e das ardentes paixões, tão solitária quanto eu, durante milhões de anos, atingindo corações somente com a luz emprestada de astros maiores... A vida não é bolinho, as coisas vem, vão, amores surgem, ressurgem e nós, agentes da vida, temos que aprender a lidar com tudo isso e continuar seguindo. 
Uma vez escrevi nesse mesmo blog que eu sou um fogo-de-artifício, pensando bem, fogos-de-artifício só são belos de serem vistos na solidão da noite, são eles que iluminam o céu ofuscando o brilho das estrelas, da lua... São eles os atores que reivindicam plena atenção dos olhares quando explodem, são fantásticos ao ponto de serem tão passageiros... Já a lua, não... Vive a sua solidão confortando-se em ser cupido de muitos amores, fundo de muitos romances, sem, muitas vezes, ser a principal atriz... Em segundo plano, mas lá.
Sou só um garoto de duas décadas que busca em todos os cantos da sua vida uma forma de vivê-la, e não somente de existi-la... Amo, choro, grito, desespero... Mas sigo. Minhas esperanças, minha dor, minhas angústias, medos e insanidades continuam lá, mas sigo, até quando eu não sei. 
Talvez não seja tarde, como muitos dizem, pode apenas ser cedo demais...

Au revoir~

Tih Noguti.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

What hurts the most

Por meu coração e pela minha alma terem acordado um pouco mais tristes hoje, posto essa música, que representa, em cada frase, tudo que venho sentindo nos últimos tempos:


No vídeo a menina pergunta ao namorado dentro do carro:

- Você alguma vez já pensou sobre o futuro? O que você vê?

Então ele reluta em responder e lança outra pergunta:

- O que você vê?

Ela responde:

- Estou falando sério...

Então ele responde:

- Você... Eu vejo você...

Então ela sai do carro e ele volta a perguntar:

- O quê você vê???

Ela não o responde....Ele morre... E no final ela resolve responder:

- Eu via você...

LETRA:

What hurts the most/O que mais dói 

Posso suportar a chuva sob o telhado desta casa vazia, isso não me incomoda...Posso segurar algumas lágrimas e chorá-las mais tarde, não tenho medo de chorar. 
Embora pensar em seguir em frente sem você ainda me entristeça. 
E há dias como hoje, em que finjo estar bem, mas não é isso que me aborrece... 

O que mais dói era estar tão perto e tendo tanto para dizer tive que ver você partir sem nunca saber o que poderia ter sido e sem notar que te amar era o que eu estava tentando fazer.... 

É difícil lidar com a dor de perder você aonde quer que eu vá! Mas eu estou fazendo isso...É difícil forçar aquele sorriso quando vejo nossos velhos amigos e estou sozinha, é ainda mais difícil me levantar, vestir-me e viver com esse arrependimento mas sei que se pudesse fazer tudo outra vez faria diferente, diria todas as palavras que guardei em meu coração mas que nunca disse... 

O que mais dói era estar tão perto e tendo tanto para dizer tive que ver você partir sem nunca saber o que poderia ter sido e sem notar que te amar era o que eu estava tentando fazer.... 

Era o que eu estava tentando fazer...

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O final de "Uma tarde de outono".



Uma vez, há alguns anos, comecei a escrever um livro chamado “Uma tarde de outono”, no qual eu contava as trajetórias de um adolescente que buscava o verdadeiro amor incessantemente para que este pudesse aquecer seu inverno, livrá-lo das brumas e o fizesse encontrar sua Avalon interna. 

Pois bem, nunca houve um final para este livro, nunca encontrei sentimentos reais que me fizessem terminá-lo, que me fizessem enfim tornar este final, real... Hoje me vejo apto a escrever o seu final, retratar que Avalon não é eterna, que as brumas retornam, que o inverno é cíclico, e nem por isso o toque de Ágape, o amor incondicional, desaparece. 

É como entender “é imortal, não morre no final”, as brumas voltam, o inverno se apresenta com a queda das folhas, mas os sentimentos, as vontades, as esperanças ainda são as mesmas, ou talvez não sejam... Talvez com a queda das folhas, com a saída de Avalon tudo se modifique, talvez se perca entre as brumas e nunca mais se encontre, talvez se encontre a Excalibur e se dê a oportunidade de olhar para Avalon por uma última vez, talvez o caminho que está sendo percorrido faça com que se encontre Avalon novamente, faça com que a pessoa que o fez abrir as brumas retorne e as mudanças, o silêncio que foram realizados entre as brumas façam com que ambos, juntos, retornem à cidade pagã... 

No mundo físico, somente a morte é eterna, o resto... Que não é resto, mas, tudo... Tem possibilidades... 

Esse será o final do meu livro, esse será o toque de realidade final dado a um livro que expressa em todas as suas páginas as histórias de alguém que foi tocado por Ágape somente em suas últimas páginas.... De alguém que nunca havia vivido um amor tão incondicional, forte, vivo...